• Formado em Medicina pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).
  • Residência de Neurocirurgia na Santa Casa de Belo Horizonte.
  • Fellow em Radiocirurgia e Neurocirurgia Funcional pela Universidade da Califórnia Los Angeles (UCLA) EUA.
  • Neurocirurgião do Corpo clínico do Hospital Sirio Libanês e Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo
  • Autor do Neurosurgery Blog
  • Autor de 4 livros
  • Colaborador na criação de 11 aplicativos médicos.
  • Editor do Canal do YouTube NeurocirurgiaBR
  • Diretor de Tecnologia de Informação da Associação Paulista de Medicina (APM) 
  • Delegado da Associação Médica Brasileira (AMB)

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Síndrome do Piriforme: Um Vilão Inesperado por Trás da Dor no Ciático. O que é síndrome do piriforme? Dr. Julio Pereira – Neurocirurgião São Paulo – Neurocirurgião Beneficência Portuguesa.

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A Síndrome do Piriforme é uma condição neuromuscular que causa dor na região das nádegas, que pode se irradiar para a parte posterior da coxa, perna e, em alguns casos, até o pé. Frequentemente confundida com a ciática comum (causada por compressão na coluna vertebral), a síndrome do piriforme ocorre quando o músculo piriforme, localizado profundamente na nádega, sofre espasmo ou inflamação. Este músculo pequeno, mas importante, é responsável pela rotação externa do quadril e pela abdução da coxa. Devido à sua proximidade anatômica com o nervo ciático – que, em aproximadamente 15% das pessoas, passa através ou por dentro do próprio músculo piriforme – o espasmo ou inchaço do piriforme pode comprimir o nervo ciático, gerando sintomas semelhantes aos de uma hérnia de disco.

As causas da síndrome do piriforme são variadas e nem sempre claras. Pode ser desencadeada por trauma direto na nádega, como uma queda, ou por microtraumas repetitivos decorrentes de atividades que exigem movimentos repetitivos do quadril, como corrida, ciclismo ou levantamento de peso. Permanecer sentado por longos períodos em superfícies duras também pode contribuir para a irritação do músculo. Além disso, variações anatômicas na relação entre o nervo ciático e o músculo piriforme aumentam a predisposição à síndrome. Outros fatores, como desequilíbrios musculares, postura inadequada e até mesmo a gravidez, podem levar ao desenvolvimento ou agravamento da condição.

O diagnóstico da síndrome do piriforme pode ser desafiador, uma vez que seus sintomas são muito semelhantes aos de outras condições que afetam o nervo ciático, como a radiculopatia lombar. Não há um exame de imagem específico que confirme a síndrome do piriforme. O diagnóstico é feito principalmente por exclusão de outras causas e por meio de um exame físico detalhado. Manobras específicas, como o teste de Freiberg (rotação interna passiva do quadril com o joelho flexionado) ou o teste de Pace (abdução e rotação externa resistida), que reproduzem a dor, são frequentemente utilizadas. Em alguns casos, injeções guiadas por ultrassom ou fluoroscopia com anestésico local no músculo piriforme podem ser diagnósticas e terapêuticas.

O tratamento da síndrome do piriforme é geralmente conservador e multifacetado. A primeira linha de abordagem inclui repouso, aplicação de gelo ou calor, e o uso de medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) para aliviar a dor e a inflamação. A fisioterapia desempenha um papel crucial, com exercícios de alongamento específicos para o músculo piriforme e fortalecimento dos músculos do core e glúteos para melhorar a estabilidade do quadril. Técnicas como liberação miofascial, massagem terapêutica e agulhamento a seco também podem ser benéficas. Em casos persistentes, injeções de corticosteroides ou toxina botulínica no músculo piriforme podem ser consideradas para relaxar o músculo e aliviar a compressão do nervo.

A cirurgia para síndrome do piriforme é rara e geralmente reservada para casos graves e refratários ao tratamento conservador, onde o diagnóstico é claro e há evidência de compressão persistente do nervo ciático. O procedimento cirúrgico, chamado de descompressão do nervo ciático, pode envolver a tenotomia (corte) do músculo piriforme ou a liberação de aderências ao redor do nervo. O prognóstico para a maioria dos pacientes com síndrome do piriforme é bom com o tratamento adequado. A chave para a recuperação e prevenção de recorrências é a adesão a um programa de exercícios de alongamento e fortalecimento, juntamente com a modificação de atividades que possam agravar a condição.